terça-feira, 23 de janeiro de 2007

sexta-feira, 19 de janeiro de 2007

Kyrill, um furacão em minha vida!



O furacão de maior intensidade desde 1999 deixou dezenas de mortos e danos materiais milionários em vários países europeus. Só na Alemanha morreram pelo menos dez pessoas.
Desde 1999 a Europa não era assolada por um furacão de tamanha intensidade como Kyrill, que deixou um rastro de destruição e causou dezenas de mortes na quinta e na noite para a sexta-feira (18 e 19/01), com ventos de até 200 km/h. Só na Alemanha, morreram pelo menos dez pessoas.

A empresa Deutsche Bahn suspendeu completamente o tráfego ferroviário, na tarde de quinta-feira, depois que inúmeros trens ficaram bloqueados por árvores ou mastros de eletricidade tombados sobre os trilhos. "Nunca tivemos uma situação como esta na Alemanha", declarou Hartmut Mehdorn, o presidente da empresa.

Em Berlim, as rajadas de vento arrancaram da fachada lateral da estação central – inaugurada há apenas oito meses – uma barra de ferro de duas toneladas. O corpo de bombeiros evacuou imediatametnte todo o edifício.

O tráfego aéreo ficou igualmente transtornado. No Aeroporto de Frankfurt, o maior da Alemanha, 200 dos 1300 vôos agendados para quinta-feira foram cancelados. Muitas escolas haviam dispensado seus alunos mais cedo e várias permaneceram fechadas na sexta-feira.

Inúmeras estradas vicinais continuam interditadas para o trânsito. A chuva permanente transformou riachos em rios caudalosos, causando inundações em diversas partes do país. Por sorte, os habitantes do litoral alemão ficaram poupados da ressaca que havia sido prevista.

Fonte: DW-World

quinta-feira, 11 de janeiro de 2007

A medonha língua alemã

Gente,
esse texto é ótimo; nele, o Twain diz exatamente o que eu penso sobre a língua de Goethe (pena que eu não tenho o talento dele para escrever).
Quando eu o li pela 1a vez, ainda não estudava alemão; então, não podia avaliar se o autor tinha razão ou não; mas agora, que já tive as minhas primeiras "quedas de braço" com os pronomes, as declinações, os verbos separáveis, etc, etc... me senti de alma lavada ao relê-lo! rsrsrs
É um pouco longo, mas vale a pena!

"(...) Os alemães usam um outro tipo de intercalação que consiste em dividir um verbo em duas partes e colocar metade dele no começo de um excitante capítulo e a outra metade no seu final. Pode alguém conceber algo mais confuso que isso? Essas coisas são chamadas verbos separáveis. A gramática alemã está infestada com esses verbos separáveis, e quanto mais longe conseguir deixar uma parte da outra, mais feliz vai ficar o autor desse crime. Um dos favoritos é reiste ab - que significa partiu. Aqui vai um exemplo que eu catei de um romance e transpus para nossa língua: "Estando agora as malas prontas, ele PAR - depois de beijar sua mãe e suas irmãs, e mais uma vez apertar ao peito sua Gretchen adorada, que, vestida de singela musselina branca, com uma única glicínia entrelaçada nas generosas tranças de seu rico cabelo castanho, tinha cambaleado escada abaixo, ainda pálida com o terror e a excitação da noite passada, mas ansiosa por apoiar sua pobre cabeça dolorida ainda uma última vez no peito daquele a quem ela amava mais ainda do que a própria vida - TIU" .

"Não devemos, contudo, perder muito tempo com esses verbos, porque isso pode nos levar a perder a cabeça; se alguém se fixa nisso e não é avisado das conseqüências, vai terminando amolecendo o miolo - ou petrificando-o. Os pronomes pessoais são outro fértil aborrecimento na língua alemã, e deveriam ser excluídos. Por exemplo, o mesmo som, sie, significa você, e significa ela, e significa a ela, e significa ele (neutro), e significa eles, e significa a eles. Pensem na pobreza esfarrapada de uma língua que obriga uma palavra a fazer o trabalho de seis - e estou falando de uma porcariazinha dessas com apenas três letras! Mas, acima de tudo, pensem na irritação de nunca saber qual desses significados o falante está tentando me transmitir! Isso explica por que, sempre que uma pessoa me diz sie, eu tento matá-la - se não for um amigo meu, é claro.

"Agora, observem os adjetivos: aqui está um caso em que a simplicidade do Inglês teria sido de grande vantagem; por isso mesmo - não podia haver outra razão! - o inventor dessa língua complicou tudo o que podia. Quando queremos falar de nosso "bom amigo" ou "bons amigos", em nossa abençoada língua, usamos uma só forma e não sentimos remorso com isso [em Inglês: "our good friend or friends"], mas na língua alemã é diferente. Quando um alemão deita as garras num adjetivo, ele vai decliná-lo até que seu próprio juízo entre em declínio. É tão ruim quanto Latim. Ele dirá, por exemplo, no singular - Nominativo: Mein gutER Freund, meu bom amigo. Genitivo: MeinES gutEN FreunDES, do meu bom amigo. Dativo: MeinEM gutEN Freund, ao meu bom amigo. Acusativo: MeinEN gutEN Freund, meus bons amigos. No plural, muda tudo: Nominativo: MeinE gutEN FreundE, meus bons amigos. Genitivo: MeinER gutEN FreundE, dos meus bons amigos. Dativo: MeinEM gutEN FreundEN, aos meus bons amigos. E por aí vai - e vá o candidato ao hospício tentar memorizar essas variações, e vocês vão ver como ele se elege rápido! A única coisa que pode evitar essa encrenca toda é andar mesmo pela Alemanha sem ter amigo nenhum. Claro que eu só mostrei o estorvo que é declinar um bom amigo no masculino; isso é apenas a terça parte da façanha, pois temos de aprender toda uma outra variedade de distorções do adjetivo quando se tratar do feminino ou do neutro. O pior é que existem mais adjetivos nesta língua do que gatos pretos na Suíça, e todos devem ser caprichosamente declinados do modo como vimos no exemplo acima. Ouvi um estudante americano em Heildelberg afirmar, num tom resignado, que preferia declinar dois convites para beber do que um único adjetivo alemão.

"O inventor dessa língua parece ter se esforçado ao máximo para complicá-la. Por exemplo, quando referimos despreocupadamente uma casa, Haus, ou um cavalo, Pferd, ou um cachorro, Hund, escrevemos assim estas palavras. Contudo, se nos referimos a elas no caso Dativo, temos de grudar-lhes um tolo "E" desnecessário: Hause, Pferde, Hunde. Ora, como esse "E" muitas vezes indica o plural, como entre nós fazemos com o "S", o pobre aprendiz de alemão vai levar no mínimo um mês pensando que são gêmeos um único cachorro Dativo; por outro lado, muito estudante novato, sempre com pouco dinheiro, comprou e pagou por dois cachorros mas acabou só levando um, porque ele, pensando burramente estar usando o plural, comprou o cachorro no Dativo singular - o que deixa a lei do lado do vendedor, é claro, pelas estritas regras da Gramática, não cabendo nenhuma ação legal para recuperar o dinheiro."

E por aí a fora.
(Mark Twain)

sexta-feira, 5 de janeiro de 2007

Quando as palavras viajam

O alemão está mais presente no nosso cotidiano do que se imagina. Além de palavras reconhecidamente alemãs como blitz, kitsch ou diesel, outras como encrenca, chique, chope e bulevar também têm origem germânica.

Boa parte das palavras alemãs no nosso cotidiano está ligada à vida militar ou aos elementos químicos, fato explicado pela autoridade que a Alemanha, durante muito tempo, exerceu nestas áreas. Assim surgiram termos como bulevar, níquel ou cobalto.

O que nem todos sabem é que na língua portuguesa, entretanto, palavras que nada têm a ver com química ou guerra e não soam como alemão, também têm origem germânica.

Pesquisando a etimologia de termos como encrenca, chique, chope, valsa ou do refrigerante Fanta, acompanharemos uma interessante viagem que tais palavras realizaram da Alemanha diretamente para o Brasil ou passando, às vezes, por Portugal.

Encrenca no mangue

Através da competição Migração de Palavras organizada, recentemente, pelo Conselho da Língua Alemã (Deutscher Sprachrat) pessoas de 70 países puderam sugerir as palavras alemãs que "viajaram" para outros idiomas.

Das seis mil palavras apresentadas, o termo mais sugerido foi a versão francesa para clarabóia vasistas, do alemão was ist das?, literalmente, "o que é isto?".

Se todos soubessem, entretanto, que "encrenca" tem origem alemã, a nossa versão de "problema" também teria sido um grande sucesso. Tudo começou com as prostitutas judias que vieram para o Brasil no final do século 19 e começo do século 20, explica a historiadora Beatriz Kushnir, igualmente de origem judaica, que escreveu o livro Baile de Máscaras: Mulheres Judias e Prostituição.

Elas falavam iídiche, a língua dos judeus da Europa Central. Quando achavam que um cliente tinha doença venérea, falavam ein krenke (krank significa "doente" em alemão). Nascia assim a palavra "encrenca", usada desde então no português do Brasil para designar uma situação difícil.

segunda-feira, 1 de janeiro de 2007

Feliz Ano Novo!

Desejo que em 2007...

"Desejo, primeiro, que você ame e que, amando, também seja amado.
E que se não for, seja breve em esquecer.
E que, esquecendo, não guarde mágoas.
Desejo, pois, que não seja assim, mas se for, saiba ser sem desesperar.
Desejo, também, que tenha amigos, ainda que maus e inconseqüentes, que sejam corajosos e fiéis e que, pelo menos, num deles você possa confiar sem duvidar.
E, porque a vida é assim, desejo ainda que você tenha adversários.
Nem muitos, nem poucos, mas na medida exata para que, algumas vezes, você se interpele a respeito de suas próprias certezas.
E que entre eles, haja pelo menos um que seja justo, para que você não se sinta demasiado seguro.
Desejo, depois, que você seja útil, mas não insubstituível.
E que, nos maus momentos, quando não restar mais nada, essa utilidade seja suficiente para manter você de pé.
Desejo, ainda, que você seja tolerante, não com os que erram pouco, porque isso é fácil, mas com os que erram muito e irremediavelmente e que fazendo bom uso dessa tolerância, você sirva de exemplo aos outros.
Desejo que você, sendo jovem, não amadureça depressa demais, que, sendo maduro, não insista em rejuvenescer e que, sendo velho, não se entregue ao desespero.
Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor e é preciso deixar que aconteçam no tempo certo.
Desejo, por sinal, que você seja triste, não o ano todo, mas apenas um dia.
E que nesse dia, descubra que o riso diário é bom, o riso habitual é insosso e o riso constante é insano.
Desejo que você descubra, com a máxima urgência, que existem oprimidos e infelizes e que eles estão à sua volta.
Desejo, ainda, que você afague um gato, alimente um cuco e ouça o João-de-barro erguer triunfante o seu canto matinal, porque, assim, você se sentirá bem por pouca coisa.
Desejo, também, que você plante uma semente, por mais minúscula que seja e acompanhe o seu crescimento, para que saiba de quantas muitas vidas é feita uma árvore.
Desejo, outrossim, que você tenha dinheiro, porque é preciso ser prático.
E que, pelo menos uma vez por ano, coloque um pouco dele na sua frente e diga: “isso é meu”, só para que fique bem claro quem é o dono de quem.
Desejo, também, que nenhum dos seus afetos morra, por ele e por você, mas que, se morrer, você possa chorar sem se lamentar e sofrer sem se culpar.
Desejo, por fim, que você, sendo homem, tenha uma boa mulher e que sendo mulher, tenha um bom homem e que se amem hoje, amanhã e nos dias seguintes e, quando estiverem exaustos e sorridentes, ainda haja amor para recomeçar..."


(Victor Hugo)